30 de setembro de 2012

Por amor, mães entregam os próprios filhos à polícia do Rio


delegada Flávia Monteiro (Foto: Janaína Carvalho/G1)

Eram 6h da manhã de segunda-feira (17), quando pai e mãe entraram na delegacia do Leblon e pediram para falar com a delegada Flávia Monteiro. O motivo? Amor incondicional, esperança na ressocialização e luta pela sobrevivência do filho. “Foi a decisão mais difícil da minha vida. Mas não queria ver meu filho morto durante uma troca de tiros com a polícia. Não conseguia dormir imaginando o que estava acontecendo com ele nas ruas”, diz a babá Cirlene Maria da Silva, mãe de Rafael da Silva Barros, de 18 anos, suspeito da morte do soldado da PM Diego Bruno Barbosa Henriques.
O mesmo amor fez com que Luciene, moradora do bairro da Jacutinga, em Mesquita, Baixada Fluminense, pegasse o telefone no dia 13 de setembro e discasse para o 190. Seu filho, o menor de 16 anos conhecido pelo apelido de Foca, é apontado como o terceiro homem na hierarquia do tráfico da Chatuba, e suspeito de ter participado da chacina de nove pessoas no início do mês.
delegada Flávia Monteiro (Foto: Janaína Carvalho/G1)Delegada Flávia Monteiro ganhou a confiança dos pais para entregar filho à polícia
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
Mas Luciene, diferente de Cirlene, ainda acreditava na inocência do filho quando o entregou à polícia. “Entreguei o meu filho para que ele pudesse se defender. Ele não quer ser acusado por esse crime”, contou a mãe na delegacia no dia que entregou o filho. Quatro dias após ser preso, Foca confessou ter matado pelo menos uma das nove vítimas da chacina.
Na última terça-feira (25), policiais da Chefia de Polícia Civil, no Centro do Rio, foram surpreendidos por um casal que chegou ao local acompanhado de um jovem de 22 anos. Maurício Silva Conceição foi levado pelos próprios pais para se entregar à polícia. Ele é suspeito de ter matado o policial federal Jonas Climaco da Cunha, no subúrbio do Rio, no dia 23, durante uma tentativa de assalto.
‘Me desculpa filho, mas eu fiz isso por amor’Cirlene e Antônio Fernando, pais de Rafael, foram à delegacia informar à polícia onde o filho poderia ser encontrado. O pai acompanhou a delegada e os agentes na hora da prisão. “A mãe ficou na delegacia e o pai foi na viatura conosco. Na hora da abordagem, pedi que ele ficasse no carro por motivo de segurança. Quando voltamos com o Rafael para o carro, o pai o abraçou e disse: ‘Me desculpa filho, mas eu fiz isso por amor’. E depois disso, eles ficaram com o filho o tempo inteiro, até ele ser encaminhado para a Divisão de Homicídios, que é a responsável pelo caso”, contou a delegada Flávia Monteiro, adjunta da 14ª DP (Leblon).
DO;G1RIO

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