16 de agosto de 2012

Melhor escola do ES tem turno integral e, na pior, falta laboratório


Diretora da escola Experimental de Vitória, Rosemara Santana. (Foto: Juirana Nobres/ G1 ES)

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Experimental de Vitória, que funciona dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), teve o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do estado, com 6,4 pontos. Já a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Lions Sebastião de Paiva Vidaurre, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul, registrou a pior média entre os alunos do 9º ano do ensino fundamental, com 1,6 ponto. O Ministério da Educação (MEC) divulgou os dados de 2011, nesta terça-feira (14).
Segundo os dados, o Espírito Santo alcançou a nota 4,2, quando a projeção era de 4,3. No último Ideb, em 2009, o estado teve índice 4,1. De acordo com o MEC, o Ideb foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do Inep em taxas de aprovação. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula.
Catia Mendes e Roberto Campos tem filhos matriculados na escola. (Foto: Juirana Nobres/ G1 ES)Catia Mendes e Roberto Campos têm filhos
matriculados. (Foto: Juirana Nobres/ G1 ES)
Melhor escolaAo saber do resultado, a diretora da escola Experimental de Vitória, Rosemara Santana,  disse que a nota foi apenas o resultado de um trabalho desenvolvido há muitos anos. A unidade conta com uma boa estrutura física, tem laboratórios e aulas de música dentro da sala de aula. “Sempre esperamos um resultado positivo. Trabalhamos constantemente para isso, desenvolvendo atividades diferenciadas e aproximando a escola dos pais. Um diferencial da unidade é que temos 25 alunos por sala, número adequado para um professor desenvolver um excelente trabalho”, contou.
Atualmente a escola tem 452 alunos divididos entre o turno da manhã e tarde. A maioria dos moradores são do bairro Goiabeiras, onde o colégio está localizado. Desses, 80 participam do Programa de Ensino Integral, desenvolvendo outras atividades fora do horário de aula, como aulas de congo, atividades esportivas e outras relacionadas à escola. De acordo com a diretora, os alunos que têm prioridade são aqueles que ficariam sozinhos em casa sem a companhia dos responsáveis.
Os pais que tem filhos matriculados na escola acreditam na qualidade do ensino oferecido. “A escola tem um histórico muito bom, e por isso sempre quisemos matricular nossos filhos nessa escola. Nossa filha estuda aqui e só ouvimos elogios. Todos os dias ela nos traz deveres de casa e demonstra aprendizado diário. A escola é organizada e sempre somos chamados para reuniões que discutem o comportamento dela e as atividades que serão desenvolvidas ao longo dos dias”, contou o casal Catia Mendes e Roberto Campos.
Aluna Maria Marieta Saadi, de 12 anos. (Foto: Juirana Nobres/ G1 ES)Aluna Maria Marieta Saadi, de 12 anos.
(Foto: Juirana Nobres/ G1 ES)
A aluna Maria Marieta Saadi, de 12 anos, espera o veículo escolar, de volta para casa, jogando ping-pong dentro da escola. “Quando estamos na sala os professores pegam pesado, passam exercícios e uma ficha de fixação a cada matéria nova apresentada. O jeito é relaxar uns minutinhos antes de chegar em casa e pegar os cadernos mais uma vez. Eu falo assim, mas adoro estudar aqui, sei que o ensino é de qualidade”, disse.
Pior escolaA realidade da escola Lions Sebastião de Paiva Vidaurre, de Cachoeiro de Itapemirim, é bem diferente da escola que obteve a melhor nota. De acordo com o diretor Alexsander Saluci, a estrutura é precária e faltam laboratórios para auxiliar as aulas. Além disso, a escola tem 850 alunos e apresenta muita desistência por parte dos alunos.
Alexsander Saluci disse que assumiu a diretoria em dezembro e tenta fazer um bom trabalho. “Antes de ser diretor, eu fui professor de matemática por três anos. Acompanhei a dificuldade da escola e tento trabalhar para que alguns aspectos mudem, mas precisamos de tempo”, contou.
De acordo com Saluci, a escola está localizada na região periférica da cidade, muitos alunos trabalham e acabam desistindo das aulas. A escola não passa por reformas há anos e isso, para o diretor, contribui para a desmotivação do aluno.
“Precisamos envolver mais os pais com a escola, aproximá-los da educação do filho. Estamos empregando aulas de teatro, cinema, cultura para tornar as aulas mais atraentes. Temos muitas dificuldades para ensinar porque não temos laboratórios de química, física, nenhum auditório e não temos condições de oferecer o Programa de Educação Integral. Mesmo com todos esses problemas, acredito na capacidade dos meus alunos”, explicou.
fonte; g1

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